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FIBRILAÇÃO ATRIAL NO ATLETA

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A relação da fibrilação atrial (FA) com os exercícios é complexa. Exercícios moderados ajudam a controlar a doença, já exercícios intensos de longa duração aumentam o risco de desenvolver a arritmia principalmente em homens de meia idade.

O aumento de incidência é percebido principalmente quando o atleta pratica mais que 10 horas de exercício intenso por semana.

Há alguns detalhes no manejo da fibrilação atrial nos atletas aos quais devemos ficar atentos:


1️ – Assim como em não atletas é importante descartar doença cardíaca estrutural, no atleta há uma importância adicional relacionada ao fato de que a depender da doença causadora da fibrilação atrial esses pacientes devem ser afastados de atividades físicas intensas.

Além disso é importante estar atento para a presença de pré-excitação ventricular. Esses são os pacientes com maior risco de morte súbita relacionada a fibrilação atrial.

Lembrem sempre de excluir condições como o hipertireoidismo, abuso de álcool e uso de drogas ilícitas.


2️ – Com relação a estratégia de tratamento é preferível o controle de ritmo, além disso o controle de frequência é difícil pois as drogas cronotrópicas negativas costumam estar a associadas a déficit cronotrópico e perda de performance.


3️ – A melhor estratégia de controle de ritmo costuma ser com a ablação e isolamento das veias pulmonares. A propafenona está relacionada à conversão para flutter atrial de alta resposta em situações de alto tônus simpático, já a amiodarona em pacientes jovens trará diversos efeitos colaterais indesejáveis a longo prazo.


4️ – A ablação tem a mesma taxa de sucesso nessa população de que em não atletas. Após 1 mês da realização do procedimento os pacientes podem retornar a prática esportiva.


5️ – Nos pacientes que não são candidatos a ablação, a decisão de continuar a prática esportiva é individualizada, mas sem contraindicação absoluta na FA isolada.


6️ – Se houver indicação de anticoagulação conforme o CHADSVASC os pacientes devem ser afastados de esportes com risco de trauma.

Bibliografia: Hindricks G, et al. 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association of Cardio-Thoracic Surgery (EACTS): The Task Force for the diagnosis and management of atrial fibrillation of the European Society of Cardiology (ESC) Developed with the special contribution of the European Heart Rhythm Association (EHRA) of the ESC. European Heart Journal, ehaa612. 29 August 2020.

Link: https://doi.org/10.1093/eurheartj/ehaa612

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