📌A valva aórtica é composta por três cúspides: a coronariana direita, a coronariana esquerda e a não-coronariana.
📌Na valvopatia congênita mais comum, chamada de valva aórtica bicúspide, a abertura da valva apresenta-se de maneira bivalvular, com diferentes fenótipos, podendo ter apenas duas cúspides mesmo ou apresentar-se como bicúspide, tendo uma rafe (fusão) entre alguns de seus folhetos. O tipo mais comum dessa fusão ocorre entre as cúspides coronarianas (direita com a esquerda).
📌Acomete 1-2% da população.
📌É mais comum no sexo masculino.
📌É comumente associada a aortopatias como coarctação ou aneurismas, tendo maior risco de dissecção, isso porquê a camada média da aorta é acometida na fisiopatologia da doença. Assim, sempre que uma valva aórtica bicúspide for identificada, a aorta do paciente deve ser investigada.
📌 Há maior risco de endocardite infecciosa (EI) também, mas de maneira geral a valvopatia não consta na lista de indicação para profilaxia de EI antes de procedimentos que possam gerar bacteremia.
📌 E o diagnóstico? Através do ecocardiograma transtorácico! Se suspeita de doença da aorta vale adicionar tomografia na investigação.
📌 No jovem apresenta-se mais comumente com regurgitação valvar e na fase adulta com estenose.
Certo. Mas e o tratamento?
📌 Em jovens: valvoplastia vai bem.
📌 Em adultos: as recomendações são as mesmas para as valvopatias de insuficiência (IAo) ou estenose aórtica (EAo), com a ressalva de que o implante transcateter de válvula aórtica (TAVI) não tem as mesmas evidências positivas como na EAo clássica.
ATENÇÃO: vale lembrar mais uma vez que se encontrou valva aórtica bicúspide procure por aortopatia e vice-versa.
Referências:
Masri A, Svensson LG, Griffin BP, Desai MY. Contemporary natural history of bicuspid aortic valve disease: a systematic review. Heart. 2017 Sep;103(17):1323-1330. doi: 10.1136/heartjnl-2016-309916. Epub 2017 May 10. PMID: 28490615.