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Febre reumática: diagnóstico e profilaxia

Febre reumatica


Autor: Luís Augusto Carvalho

A febre reumática e a cardiopatia reumática são as complicações não supurativas da faringoamigdalite causada pela estreptococos do grupo A, afetando principalmente crianças e adultos jovens. 

Hoje trazemos os critérios de Jones (revisados em 2015) para populações de maior prevalência da doença. Esses critérios são utilizados para o diagnóstico dessa doença que ainda é muito prevalente em nosso meio. Além disso trouxemos o tempo de profilaxia secundária de acordo com o quadro clínico.

Os critérios diagnósticos são: 

-Maiores: Cardite (clínica ou subclínica); artrite ou poliartralgia; coreia de Sydenham; eritema marginadoe nódulos subcutâneos.

-Menores: artralgia, febre, elevação de reagentes de fase aguda (VHS, PCR), prolongamento de intervalo PR. 

O diagnóstico de um primeiro surto de febre reumática é feito pela presença de dois critérios maiores ou um maior e dois menores, associado à evidência de infecção estreptocócica anterior (No nosso país o mais usado é a dosagem de antiestreptolisina O- ASLO). Coréia isolada, na ausência de outra causa que justifique, é suficiente para o diagnóstico. Em caso de doença cardíaca reumática prévia, um novo surto da doença pode ser confirmado pela presença de 3 critérios menores. 

Indicações de profilaxia:

-Sem cardite: até os 18 anos e por 5 anos após o último surto. O que for mais longo.

-Cardite sem lesão valvar residual: até os 25 anos ou por 10 anos após o último surto. O que for mais longo.

-Cardite com sequelas ou submetido cirurgia cardíaca. No mínimo até os 40 anos ou por toda vida. 

A profilaxia é feita com penicilina benzatina na dose de 600.000UI para crianças até 27Kg e 1.200.000UI acima desse peso, com intervalo máximo de até 3 semanas. Para paciente com alergia está indicada a sulfadiazina na dose de 1g/dia, com atenção para risco de leucopenia. 

Referências: Tarasoutchi F, Montera MW, Ramos AII Sampaio RO, Rosa VEE, Accorsi TAD, Santis A, et al.  Atualização das diretrizes brasileiras de valvopatias – 2020. Arq. Bras. Cardiol. 220; 115(4): 720-75

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