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COVID E O CORAÇÃO

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Manifestações clínicas possíveis :
– Miocardite: inflamação miocárdica, diagnosticado pela tríade ( clínica/troponina/alteração em exames de imagem) na ausência de obstrução coronariana;
– Injúria miocárdica: elevação isolada de troponinas sem achados clínicos, conferindo pior prognóstico;
– IAM tipo 1 e tipo 2;
– Takotsubo;
– Arritmias.

Epidemiologia da Miocardite pós COVID :
É importante salientar que devido à variabilidade de critérios diagnósticos de miocardite sua epidemiologia é variável, porém nossa diretriz coloca 1 miocardite para cada 2200 casos de COVID.

Fisiopatologia da Miocardite pós COVID:
Assim como nas outras miocardites, temos duas possíveis situações:
        1.      O próprio vírus causar agressão no miocárdio.
        2.      Resposta inflamatória exacerbada no miocárdio “ autoimune” oriunda da presença de um gatilho, sendo esse, o vírus SARS CoV2.

Como fazer avaliação cardiovascular do paciente com COVID?
1º passo: Saber se tem manifestações cardiovasculares ( Dor torácica/Dispneia desproporcional ao acometimento pulmonar/ síncope/palpitações). Se não tiverem, segue o jogo e não são necessários exames cardiológicos.
2º passo: Se tiverem as manifestações supracitadas, solicite ECG, ECOTT e troponinas.
3º passo: Direcione o tratamento de acordo com achados ( SCA/ TEP/Arritmias/ miocardite).
4º passo: Sendo miocardite, veja os seguintes espectros:
  – Se paciente estiver com disfunção ventricular, trate a IC!
  – Se paciente estiver com grande acometimento pulmonar associado, inicie corticoide (preconiza-se dexametasina 6 mg/d).
  – Se evolução para “fulminação “, ou seja, choque cardiogênico, TV/ FV ou bradiarritmias avançadas, dar suporte clínico/vasoativo/mecânico, potencializar corticotrofina e avaliar até anti-IL6. Indicada também BEM( Biópsia endomiocárdica) para diagnósticos diferenciais!

Após melhora clínica e alta do paciente, o que recomendo?
Sem exercício físico por no mínimo 3 meses, assim como nas outras miocardites. E antes de liberação para atividade, fazer um teste ergométrico pelo risco ainda existente de arritmias e morte súbita!

Miocardite e vacinas contra COVID, o que precisamos saber?

        1.      Só há relatos de miocardite pós vacina com as que contêm RNA mensageiro em sua composição, ou seja, a Pfizer ou Moderna!
        2.      A miocardite pós vacina é mais comum:
        ⁃       Após segunda dose;
        ⁃       Entre 12-24 anos;
        ⁃       Sexo masculino;
        ⁃       Sintomas aparecem após 2-3 dias da administração da vacina;
        ⁃       Sintoma mais comum é dor torácica;
        ⁃       Alteração eletrocardiográfica mais comum é Supra ST difuso;
        ⁃       Curso clínico na maioria das vezes é benigno.

        3.      Mesmo tendo o risco de miocardite pós vacina, o risco de morrer e de se hospitalizar pelo próprio COVID é bem maior, então, vacine!
        4.      Suspeitei de Miocardite pós vacina, o diagnóstico segue a mesma rotina das Miocardites!
        5.      O tratamento é similar ao da Miocardite em geral!
        6.      Se o paciente teve miocardite pela COVID, recomenda-se receber todas as doses de vacinas, sem restrições ao tipo de vacina!
        7.      Agora, se o paciente teve miocardite pela vacina contra a COVID, recomenda-se não administrar doses adicionais porém se o risco do paciente for muito alto de pegar COVID, recomenda-se administrar doses adicionais de vacinas que não contenham RNA mensageiro!

Fontes:
1. Kawakami R, Sakamoto A, Kawai K, et al. Pathological Evidence for SARS-CoV-2 as a Cause of Myocarditis: JACC Review Topic of the Week. J Am Coll Cardiol. 2021;77(3):314-325. doi:10.1016/j.jacc.2020.11.031
2. Myocarditis Temporally Associated with COVID-19 Vaccination. https://nam12.safelinks.protection.outlook.com/?url=https%3A%2F%2Fdoi.org%2F10.1161%2FCIRCULATIONAHA.121.055891&data=05%7C01%7C%7Cf56caa819bb9438e3aec08da605aebdc%7C84df9e7fe9f640afb435aaaaaaaaaaaa%7C1%7C0%7C637928240914733116%7CUnknown%7CTWFpbGZsb3d8eyJWIjoiMC4wLjAwMDAiLCJQIjoiV2luMzIiLCJBTiI6Ik1haWwiLCJXVCI6Mn0%3D%7C3000%7C%7C%7C&sdata=bpY41bz1YgMoenXw75DVey0DdQAsC4xjfb010wYp15s%3D&reserved=0
3. Montera MW, Marcondes-Braga FG, Simões MV, Moura LAZ, Fernandes F, Mangine S, et al. Diretriz de Miocardites da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2022. Arq Bras Cardiol. 2022; [online]. ahead print, PP.0-0

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